Conheci António Carriço demasiado tarde, quando andava atrás da maravilhosa variedade de arroz Allorio, um carolino antigo de Montemor-o-Velho. Já no final da reportagem, depois de perceber que a indústria se estava a borrifar para o seu desaparecimento, cheguei ao contacto com ele, através de uma amiga. António Carriço, produtor histórico do Baixo Mondego, luta há vários anos pelo regresso do Allorio, pela preservação de arrozais sustentáveis e pela melhoria de condições dos trabalhadores do sector.
Até 2005, trabalhou na estruturação e manutenção de solos agrícolas do Vale do Mondego, com obra feita em mais de 5.000 hectares. Foi, também, fundador, diretor e presidente de diversas associações e cooperativas do setor. Em 2005, rumou a Angola e até 2020 dedicou-se à produção no Bié, região do N’Gando, Angola. De regresso a Portugal, estabeleceu-se na Quinta do Seminário, cujos arrozais em redor foram desenhados por si, no belíssimo Vale do Pranto. Quando o visitei, em Outubro deste ano, deu-me a provar o carolino da Quinta do Seminário — e eu nunca mais quis outra coisa.
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