No 7º ano do Secundário, era dos putos que apagavam cigarros na língua para impressionar miúdas e, também por isso, sempre achei que as minhas papilas estavam num estado comatoso desde os 14 anos.
O facto de aguentar picante como um sichuanês, gostar de grelos amargos e beber vinagre ao pequeno-almoço era disso a prova mais impressiva.
Hoje, mantenho as características dos brutos, mas evoluí. Comecei a provar muitas coisas, muitas vezes, e aos 41 anos consigo distinguir salsa de coentros, habaneros de jalapeños.
Aprendi. Fui lá pelo suor.
Sucede que há pessoas que têm um talento natural. Muitas. Estima-se que um em cada quatro indivíduos sejam super-provadores, seres humanos com mais papilas que outros seres humanos, com maior sensibilidade gustativa.
O que não é forçosamente bom.
A minha filha é uma super-provadora. E sofre. Sempre estranhei a sua aversão a algumas coisas, mas desde os 10 meses que a violentei, forçando-a aos sabores mais difíceis. E ela foi ingerido, sofrendo. Até que começou a exprimir-se. Por vezes, ao comer a sopa de legumes tinha vómitos, caía-lhe uma lágrima em cima das couves, protestava. E eu insistia.
O que estava a acontecer era só a reacção de uma super-provadora com maior sensibilidade a sabores fortes, a gordura, ao amargor.
Soube-o depois de fazer o teste da feniltiocarbamida, uns papelinhos que se compram na Amazon e se colocam na língua. É muito simples: quem consegue detectar um amargo intenso e insuportável é um super-provador.
Mas o melhor é verem o episódio sobre o assunto do ‘O Homem que Comia Tudo, no YouTube, e subscreverem o canal.
As primeiras 10 pessoas a subscreverem o canal, a partir da publicação deste artigo, terão direito ao teste grátis. Basta passarem pela casa d’O Homem e ser-vos-á concedido o papelinho mágico. Link aqui:
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Espero ter sido dos 10 primeiros a subscrever porque o meu Martins afinal pode não ser esquisitinho, mas super-provador. Precisamos de esclarecer esta dúvida de há 45 anos.
Ahahahah ainda há um papelinho