Fui pela primeira vez ao supermercado Baptista, na Praia da Luz, quando estava a cobrir o desaparecimento de Madeleine McCann. O supermercado Baptista era o sítio onde os jornalistas iam buscar águas e tabaco enquanto acampavam junto ao aldeamento, à espera de uma declaração estapafúrdia que enchesse mais uma página de não notícias sobre o assunto.
Ficava a uns 100 metros do apartamento de onde a criança desapareceu e, porventura, será sempre o supermercado da Maddie para a comunidade jornalística.
Acontece que há uns dias fui passar um fim de semana à Praia da Luz. E tive de cozinhar. E tive de regressar ao Baptista. Com surpresa, descobri que o Baptista é, afinal, um supermercado espectacular, um condensado de mimos nacionais e internacionais, dos arrozes às sojas, das ervas aromáticas à charcutaria, do talho à padaria.
O sítio estava cheio de ingleses, que parecem já ter ultrapassado o trauma e voltam, lentamente, à baía da Luz. Longa vida à família Baptista, que apostou na qualidade e ganhou. Sem sensacionalismos.
Dos 3 ou 4 verões que passei na Praia da Luz, também guardo essa bela recordação do Baptista: variedade e qualidade condensada num supermercado, para que as férias sejam ainda melhores.